Meta-análises apontam uma vantagem de ~0,2 desvio-padrão na compreensão quando a leitura é em papel, em vez de em tela.
Quando o objetivo é realmente entender, o papel cria menos sobrecarga cognitiva e reduz a tentação do skimming. Estudos com milhares de participantes, em diferentes idades e gêneros textuais, mostram leitura mais precisa e retenção mais confiável no impresso. Isso pesa para quem se prepara para ENEM, vestibulares, concursos ou avaliações universitárias, onde nuances e detalhes fazem diferença. Não se trata de demonizar o digital, mas de escolher o suporte que maximiza a profundidade quando ela é crucial.
Papel não emite luz (0 nits) e a impressão típica de 300–600 dpi assegura nitidez estável; e‑readers comuns oferecem 167–300 ppi.
Sem luz azul ou cintilação, os olhos descansam melhor em sessões longas, inclusive à noite. A página impressa tem contraste previsível e não sofre com reflexos de notificações ou ajustes automáticos de brilho. Você pode sublinhar a lápis, colar post-its e folhear rapidamente, mantendo uma memória espacial do texto — algo difícil de reproduzir em interfaces. E, diferentemente de telas, o papel lê-se sob sol forte sem qualquer perda de legibilidade.
Livros físicos fortalecem rituais e vínculos: dedicatórias, prateleiras, sebos e feiras criam comunidade e continuidade cultural.
Na cultura lusófona, é comum presentear com um livro assinado, que carrega histórias familiares e afetos que atravessam gerações. Feiras como a de Lisboa e as Bienais no Brasil transformam a leitura em encontro — conversas, autógrafos e descobertas ao acaso nas bancas. O sebo do bairro e a biblioteca pública não são apenas pontos de venda ou empréstimo; são espaços de memória coletiva e circulação do conhecimento. Um arquivo digital pode ser prático, mas o objeto-livro cria presença, pertencimento e legado.
Durabilidade e pegada: livros bem cuidados duram 50–100+ anos; dispositivos são trocados em ~3–5 anos, e um e‑reader precisa substituir ~20–50 livros para empatar emissões.
Bibliotecas em Portugal, Brasil e outros países preservam edições centenárias legíveis sem depender de atualizações, baterias ou servidores. Já dispositivos e formatos digitais envelhecem rápido, exigindo reposição e migração de arquivos — custos ambientais e financeiros recorrentes. O impresso circula por doação, troca e revenda, prolongando o uso por décadas e distribuindo o impacto de produção por muitos leitores. Quando pensamos em legado e economia circular, o livro de papel oferece uma trajetória longa e previsível.