O recurso solar no Brasil é abundante, previsível e coincide com o pico de demanda.
O Brasil recebe entre 4,5 e 6,5 kWh/m²/dia de irradiação — aproximadamente o dobro da Alemanha — o que garante um potencial amplo e estável. Em regiões quentes, o pico de consumo ocorre no início da tarde por causa do ar-condicionado, exatamente quando a geração fotovoltaica atinge seu auge. Em usinas a céu aberto, fatores de capacidade da ordem de ~18–24% no Nordeste e Centro-Oeste são comuns, aproveitando a regularidade do sol. Esse casamento entre recurso e carga reduz a necessidade de térmicas caras no horário crítico.
O custo nivelado de energia (LCOE) da solar caiu drasticamente e a operação é simples e previsível.
Segundo a IRENA, o LCOE global da fotovoltaica em escala utilidade caiu cerca de 89% entre 2010 e 2022, alcançando ~US$ 0,049/kWh, colocando a solar entre as fontes mais competitivas. No Brasil, leilões e PPAs seguem essa trajetória, com projetos entregues em prazos curtos e forte controle de CAPEX e OPEX. A ausência de partes móveis reduz falhas e custos de manutenção, melhorando a disponibilidade. Essa previsibilidade técnica e financeira é valiosa tanto para consumidores quanto para o planejamento do sistema elétrico.
A solar é modular e rápida: vai do telhado ao gigawatt sem gargalos logísticos.
Sistemas fotovoltaicos escalam de quilowatts em telhados a centenas de megawatts em usinas, apoiados por componentes padronizados e uma cadeia de suprimentos madura. Residências e comércios instalam em dias ou poucas semanas; parques solares típicos saem do papel em meses, acelerando a expansão da oferta. Ao ocupar telhados, fachadas e estacionamentos, a solar entrega energia perto da carga, reduzindo perdas na rede e adiando reforços caros. Essa capilaridade aumenta a resiliência do sistema e democratiza o acesso à geração própria.
A trilha tecnológica da solar acelera eficiência, energia por área e vida útil.
Tecnologias como TOPCon/HJT, módulos bifaciais e rastreadores elevam a produção em 10–25% por área em relação a gerações anteriores. A degradação anual de módulos modernos converge para 0,3–0,5%/ano, com garantias de 25–30 anos, aumentando a energia entregue ao longo da vida. Inversores inteligentes já fornecem serviços ancilares (suporte de tensão, controle de fator de potência, ride-through), facilitando a integração à rede. A combinação com baterias, também com custos em queda, estende a cobertura para o período noturno e eleva o valor sistêmico da solar.